O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, pediu nesta quinta-feira (21) que os Estados Unidos e a Venezuela reduzam as tensões e busquem resolver suas divergências por meios pacíficos. A declaração foi feita pela porta-voz da ONU, Daniela Gross De Almeida, em um momento crítico, marcado pela escalada militar na região do Caribe. Na véspera, Washington enviou navios de guerra para o sul do Caribe como parte da estratégia do presidente Donald Trump contra cartéis de drogas latino-americanos, uma decisão que gerou forte reação do governo de Nicolás Maduro.
Durante a cúpula da ALBA-TCP (Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América – Tratado de Comércio dos Povos), realizada na quarta-feira (20), Maduro classificou a mobilização militar americana como uma “ameaça à paz regional” e acusou os EUA de usarem operações antidrogas como justificativa para uma possível intervenção no país. O encontro resultou em um comunicado conjunto de líderes aliados que rejeitaram a presença militar dos EUA, considerando-a um ato intervencionista que viola a soberania dos Estados da América Latina e do Caribe.
Guterres enfatizou a urgência de um diálogo para evitar uma escalada do conflito, enquanto Maduro exigiu o fim imediato das operações militares. Fontes militares indicaram que os navios USS San Antonio, USS Iwo Jima e USS Fort Lauderdale, com cerca de 4.500 soldados, estão posicionados próximos à costa venezuelana. Essa operação faz parte da política de Trump contra o que ele chama de “organizações narcoterroristas”, inserida em uma iniciativa mais ampla de combate ao narcotráfico e reforço da segurança na fronteira sul dos EUA.