A Organização das Nações Unidas (ONU) pediu ao Brasil que assuma parte dos custos de hospedagem para a Conferência do Clima (COP30), que ocorrerá em Belém em novembro. Com menos de 80 dias para o evento, apenas 47 dos 196 países participantes confirmaram presença, levantando preocupações sobre a logística e a acessibilidade para as delegações. O governo brasileiro participou de uma videoconferência com a ONU, onde foram discutidos os desafios enfrentados pelas delegações devido aos altos preços de hospedagem na cidade.
De acordo com informações do governo, a plataforma oficial oferece quartos a partir de US$ 184, mas muitos estão sendo cobrados a preços muito superiores. O ministro do Meio Ambiente do Panamá, representante da ONU, criticou as condições de hospedagem como “inaceitáveis”. Em resposta, a secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior, afirmou que o Brasil não pode subsidiar as delegações e pediu um aumento no valor do subsídio da ONU, que atualmente é de US$ 144, consideravelmente abaixo do praticado em eventos similares em outras cidades brasileiras.
O governo brasileiro criou uma força-tarefa para lidar com as dificuldades de hospedagem e aumentar o número de confirmações para a COP30. Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima, enfatizou a urgência da situação climática e a necessidade de o Brasil se organizar adequadamente para o evento. Ele alertou que o tempo é curto e que não há espaço para falhas nas negociações climáticas, que são essenciais para enfrentar os desafios globais relacionados ao clima.