A Faixa de Gaza enfrenta uma crise humanitária alarmante, com a principal autoridade global em monitoramento de desnutrição confirmando, pela primeira vez, uma situação de fome comparável à observada na África. O relatório revela que 514 mil palestinos estão passando fome, o que equivale a quase 25% da população local, com dados coletados por meio de entrevistas e informações de organizações no terreno.
A classificação de fome foi estabelecida com base em critérios rigorosos, incluindo a gravidade da desnutrição infantil e a mortalidade diária relacionada à escassez alimentar. Organizações como Oxfam e Save the Children, além de agências da ONU, como o Programa Mundial de Alimentos e o Unicef, participaram do levantamento. O porta-voz da OMS expressou frustração com a falta de acesso à ajuda humanitária, enquanto o secretário-geral da ONU, António Guterres, denunciou a situação como um desastre causado pelo homem.
Em resposta às acusações de obstrução da assistência humanitária, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu classificou o relatório como uma ‘mentira descarada’, responsabilizando o Hamas pela crise. O Ministério das Relações Exteriores de Israel afirmou que mais de 100 mil caminhões de ajuda foram enviados a Gaza desde o início do conflito, negando a existência de fome no território. A situação continua a exigir atenção internacional urgente e um cessar-fogo imediato para permitir a assistência necessária.