Nove anos do impeachment de Dilma: heranças e desdobramentos políticos

Fernando Alcântara Mendonça
Tempo: 2 min.

Neste domingo, 31 de agosto, completam-se nove anos do impeachment de Dilma Rousseff, a primeira mulher a presidir o Brasil. O processo, conduzido pelo Congresso sob a acusação de “pedaladas fiscais”, foi amplamente denunciado como um golpe parlamentar, jurídico e midiático. Quase uma década depois, as consequências seguem moldando a política brasileira, com o Congresso abocanhando fatias maiores do orçamento e a Constituição de 1988 sendo retalhada.

O impeachment resultou em um esvaziamento dos poderes da Presidência da República e na ascensão de lideranças extremistas de direita. A aprovação da PEC do Teto de Gastos e reformas neoliberais fragilizaram direitos sociais, enquanto o debate sobre o semipresidencialismo ganha força no Congresso. O campo progressista, por sua vez, resistiu e voltou ao poder nas eleições de 2022, com Luiz Inácio Lula da Silva retornando ao Planalto.

As figuras que protagonizaram o impeachment enfrentaram destinos diversos: enquanto a ala fascista se fortaleceu, a Lava Jato se fragmentou e os partidos tradicionais perderam espaço. O impacto do golpe ainda é sentido na política brasileira, com um cenário que continua a evoluir e desafiar as estruturas democráticas estabelecidas. O legado do impeachment de Dilma Rousseff permanece como um divisor de águas na história recente do Brasil.

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