Um estudo publicado na revista científica Cancer Cell apresenta resultados promissores de uma nova terapia contra o câncer de cabeça e pescoço, um dos tipos mais agressivos e difíceis de tratar. A pesquisa, que envolveu 20 gatos diagnosticados com carcinoma espinocelular, revelou que 35% dos animais conseguiram controlar a doença e apresentaram melhora significativa nos sintomas, com efeitos colaterais mínimos. Os pesquisadores acreditam que essa estratégia pode ser aplicada também em humanos, abrindo novas possibilidades no tratamento dessa condição.
O medicamento em teste se destaca por sua capacidade de atingir o fator de transcrição STAT3, uma proteína comum na maioria dos tumores de cabeça e pescoço. Além de inibir essa molécula, o composto também aumenta os níveis da proteína PD-1, que desempenha um papel crucial na resposta imunológica contra o câncer. A ideia de usar gatos como modelo para a pesquisa surgiu da semelhança entre o HNSCC em humanos e em felinos, tanto em aspectos clínicos quanto histológicos.
Os cientistas estão agora colaborando com uma empresa de biotecnologia para levar a nova droga a ensaios clínicos em humanos, com apoio do National Institutes of Health (NIH) e da Universidade da Califórnia Davis. Se os resultados se confirmarem, essa descoberta poderá inaugurar uma nova era de terapias direcionadas para tumores de cabeça e pescoço, que apresentam altas taxas de mortalidade e uma necessidade urgente de tratamentos mais eficazes.