Uma nova pesquisa publicada na revista Archaometry, liderada pelo designer brasileiro Cícero Moraes, reaviva o debate sobre a autenticidade do Santo Sudário, o pano que, segundo a tradição, teria envolvido o corpo de Jesus Cristo após sua morte. O estudo sugere que a imagem presente no tecido não representa um corpo humano real e que sua origem remonta à Idade Média, contradizendo a crença de que se trata de uma relíquia do século I.
Moraes utilizou técnicas de modelagem 3D e reconstrução facial forense para analisar as proporções do homem retratado no Sudário. Ele identificou incongruências anatômicas, como a desproporção entre os membros e a rigidez excessiva do corpo, que não condizem com a anatomia humana. "O que encontramos é algo mais próximo de uma construção artística do que de uma representação fiel de um corpo", afirmou o pesquisador.
O Santo Sudário, que mede aproximadamente 4,4 metros de comprimento por 1,1 metro de largura, é alvo de veneração e ceticismo desde sua primeira menção histórica em 1355, na França. Em 1988, testes de datação por carbono-14 indicaram que o tecido foi produzido entre 1260 e 1390, reforçando a hipótese de que se trata de uma falsificação medieval. A discussão sobre a autenticidade do artefato permanece em aberto, com novas investigações sendo realizadas para esclarecer sua origem e significado.