Pesquisadores da Universidade de Otago descreveram uma nova espécie extinta de pato-ferrugem, que habitava as Ilhas Rēkohu Chatham, um arquipélago localizado a 785 quilômetros a leste da Nova Zelândia. O estudo, publicado no Zoological Journal of the Linnean Society, revela que essa linhagem de aves chegou à região há 390.000 anos e passou por significativas transformações físicas devido às condições ambientais locais. As adaptações incluem asas mais curtas e robustas e ossos das pernas mais longos, indicando uma evolução rumo à incapacidade de voar.
Os pesquisadores destacam que a abundância de alimentos e a ausência de predadores terrestres foram fatores cruciais para essas mudanças. A coautora principal, Dra. Pascale Lubbe, explica que a energia necessária para o voo se torna desnecessária quando as aves não precisam mais voar. O estudo também mostra que o pato-real de Rēkohu é o parente mais próximo do pato-real do paraíso de Pūtangitangi, que vive no continente, e que a caça excessiva levou à extinção do pato-real de Rēkohu antes do século XIX.
A descoberta é significativa não apenas para a biologia, mas também para a cultura local, pois conecta o povo Moriori à sua herança natural. Levi Lanauze, CEO do Hokotehi Moriori Trust, enfatiza a importância dessa pesquisa para fortalecer os laços entre a tribo e seu tesouro natural. Com 34 espécies e subespécies únicas na região, essa pesquisa contribui para o entendimento da biodiversidade das Ilhas Rēkohu e sua história antes da colonização humana.