As notas comerciais (NCs) destacaram-se no mercado de capitais brasileiro no primeiro semestre de 2025, registrando um crescimento de 127% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Embora representem apenas 9,7% do volume total captado, as NCs se tornaram o terceiro maior instrumento de captação, atrás apenas de debêntures e Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs), segundo dados da Anbima. O volume total de captação na renda fixa foi de 91,9%.
Esse crescimento é atribuído a um cenário econômico desafiador, com a Selic elevada e incertezas fiscais, que impulsionaram empresas a buscar alternativas mais ágeis e menos custosas. Especialistas apontam que as NCs oferecem maior flexibilidade e rapidez em comparação às debêntures, tornando-se uma opção viável para empresas que necessitam de crédito imediato. Elias Maron, diretor da Bloxs, destaca que essa tendência reflete uma realocação estratégica dos emissores em resposta à conjuntura macroeconômica.
Além disso, as NCs são especialmente atraentes para empresas de capital fechado, ampliando o número de emissores potenciais. Guilherme Maranhão, presidente do Fórum de Estruturação de Mercado de Capitais da Anbima, ressalta que a facilidade na emissão das NCs as torna uma alternativa relevante para aqueles que buscam eficiência operacional e prazos de captação mais curtos. Apesar do crescimento, as debêntures ainda lideram o volume total de captação, mas a tendência de crescimento das notas comerciais sugere uma mudança no comportamento do mercado.