A Netflix, ao adotar uma abordagem orientada por dados na produção de filmes, tem enfrentado críticas por criar obras que carecem de originalidade e profundidade. Um exemplo notável é ‘The Electric State’, uma adaptação de quadrinhos de ficção científica que custou impressionantes US$ 320 milhões, tornando-se o 14º filme mais caro da história. Apesar de estrear em primeiro lugar na plataforma, o filme rapidamente perdeu a atenção do público e atualmente não figura entre os 20 mais assistidos da Netflix, refletindo uma performance decepcionante para um investimento tão elevado.
O filme retrata um mundo onde robôs sencientes perderam uma guerra contra os humanos, mas sua narrativa se tornou apenas mais um produto genérico, repleto de clichês do cinema blockbuster. Os diretores Anthony e Joe Russo, conhecidos por seu estilo eficiente, também foram responsáveis pelo igualmente esquecível ‘The Gray Man’, evidenciando uma tendência preocupante nas produções da plataforma. Essa situação levanta questionamentos sobre a eficácia do algoritmo da Netflix em proporcionar experiências cinematográficas memoráveis.
As implicações dessa abordagem são significativas para a indústria cinematográfica, pois indicam uma possível saturação de conteúdos que priorizam a acessibilidade em detrimento da criatividade. À medida que mais filmes seguem esse modelo, a originalidade pode ser sacrificada em favor de produtos que atendem a um público amplo, mas que não deixam uma marca duradoura. O futuro do cinema na era do streaming pode depender da capacidade das plataformas de equilibrar dados e arte.