O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, rejeitou um relatório do IPC (sistema de Classificação Integrada de Fases de Segurança Alimentar) que aponta que 514 mil palestinos na Cidade de Gaza e áreas vizinhas estão enfrentando fome. Em declaração feita na sexta-feira, 22 de agosto de 2025, Netanyahu classificou o documento como ‘mentira absoluta’, afirmando que Israel não possui uma política de fome, mas sim uma política de prevenção da fome, destacando a entrada de 2 milhões de toneladas de ajuda humanitária no território desde o início do conflito com o Hamas.
O relatório do IPC indica que cerca de 25% da população palestina em Gaza está em condições críticas, com projeções que sugerem que esse número pode aumentar para 641 mil até o final de setembro. Esta é a primeira vez que a região norte de Gaza, incluindo a cidade de Gaza, é classificada como em situação de fome. O IPC estabelece critérios rigorosos para essa classificação, incluindo a necessidade de que pelo menos 20% da população enfrente extrema escassez alimentar.
A situação em Gaza tem gerado crescente preocupação internacional, com o alto comissário da ONU para Direitos Humanos, Volker Türk, afirmando que a fome resulta das ações do governo israelense e alertando que mortes por inanição podem ser consideradas crimes de guerra. O secretário-geral da ONU, António Guterres, também expressou preocupação com a crise humanitária, descrevendo-a como uma ‘catástrofe humanitária épica’ que afeta mais de 2 milhões de pessoas na região.