Na noite deste sábado (2), o Museu Nova Friburgo, localizado na Região Serrana do Rio de Janeiro, inaugurou a sala Luzes de África, um novo espaço permanente que celebra a história e a cultura do povo negro na cidade. A iniciativa é resultado de uma parceria entre a Fundação Dom João VI e diversos coletivos negros locais, como Ysun-Okê e Império das Negas.
A cerimônia de abertura foi marcada por apresentações da Orquestra Ouro Negro e um espetáculo de dança afro, destacando a importância do espaço que abriga documentos históricos e pesquisas sobre a contribuição da população negra para a formação da cidade. "Desde o seu princípio, a história de Nova Friburgo tem sido escrita por mãos negras", afirma um dos trechos da exposição.
O projeto, que começou a ser desenvolvido no final de 2024 e se estendeu pelo primeiro semestre de 2025, visa valorizar o protagonismo negro em uma cidade que, apesar de ser conhecida como a "Suíça brasileira", teve sua economia fortemente ligada à escravidão. Ilma Santos, presidente do Centro Cultural Afro-brasileiro Ysun-Okê, ressaltou que a sala é um importante instrumento educacional para resgatar uma história que foi negligenciada.
A Fundação Dom João VI anunciou que o espaço não servirá apenas como uma exposição, mas também como um local de debate sobre temas como racismo estrutural e a preservação da cultura afro-brasileira. Michelly Felício, do Império das Negas, expressou sua emoção ao ver o compromisso dos coletivos em criar um espaço de memória significativo para a comunidade.