Pela primeira vez na série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres são responsáveis pela maioria dos domicílios em Goiás. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) de 2024 revela que 50,1% das residências goianas têm mulheres como chefes, um marco que demonstra a transformação do perfil das famílias no estado. Desde 2014, quando apenas 33,7% dos lares eram chefiados por mulheres, a evolução foi constante, culminando neste novo patamar.
Os dados mostram que Goiás acompanha uma tendência nacional, onde a maioria dos domicílios brasileiros já é chefiada por mulheres desde 2022. Em Goiânia, a situação é ainda mais acentuada, com 51,9% dos lares sob responsabilidade feminina em 2024. A pesquisa também indica uma redução significativa no número de lares chefiados por homens, que caiu de 66,3% em 2014 para 49,9% em 2024, consolidando uma nova realidade social no estado.
Especialistas destacam que essa mudança traz implicações importantes para políticas públicas e dinâmicas familiares. A socióloga Maria Aparecida Guimarães observa que essa transformação é resultado de um processo histórico de busca por autonomia feminina e necessidades econômicas. Contudo, o sociólogo João Coelho alerta para a complexidade dessa conquista, pois muitas mulheres assumem a chefia por necessidade e não por escolha, revelando situações de vulnerabilidade que precisam ser analisadas com atenção.