Pela primeira vez na história, as mulheres são maioria na chefia dos lares em Goiás, com 50,1% das residências sob sua responsabilidade, conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) divulgados pelo IBGE. Essa mudança, que acompanha uma tendência nacional observada em 2022, é atribuída ao crescimento da participação feminina no mercado de trabalho e à redução da taxa de fecundidade, permitindo que mais mulheres assumam a liderança familiar.
O superintendente do IBGE em Goiás, Edson Vieira, destaca que essa transformação não se deve a um único fator, mas a uma combinação de fatores econômicos e sociais. A definição de “chefe do domicílio” é baseada na percepção dos moradores e não se limita a questões financeiras, refletindo uma mudança cultural sobre o papel das mulheres nas famílias. Além disso, o aumento dos domicílios monoparentais, especialmente aqueles chefiados por mães solo, também contribui para essa nova configuração familiar.
Os impactos dessa mudança são visíveis no comportamento financeiro das famílias, com lares liderados por mulheres apresentando maior organização nas despesas prioritárias. No entanto, a falta de uma rede de apoio para mães solo pode agravar a vulnerabilidade dessas famílias. O economista Luiz Carlos Ongaratto ressalta a importância da formalização do trabalho feminino para reduzir desigualdades históricas e melhorar a qualidade de vida das famílias, destacando que essa conquista traz à tona novos desafios para políticas públicas e para a sociedade como um todo.