O ministro dos Transportes, Renan Filho, sinalizou a possibilidade de mudanças significativas no processo de obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), incluindo o fim da obrigatoriedade das aulas em autoescolas. Essa proposta, já formalizada pelo Ministério dos Transportes, pode resultar no fechamento de autoescolas e na perda de 300 mil empregos, além de tornar o processo até 80% mais barato para os cidadãos.
A Federação Nacional das Autoescolas e Centros de Formação de Condutores (Feneauto) expressou preocupações sobre os impactos econômicos e sociais dessa mudança. O setor, que atualmente conta com 15.757 Centros de Formação de Condutores (CFCs) e movimenta R$ 429 milhões mensais, poderia sofrer uma queda de R$ 14 bilhões anuais em faturamento e uma redução de R$ 1,92 bilhão na arrecadação tributária. Além disso, a diminuição do treinamento estruturado para motoristas pode aumentar o número de acidentes e mortes no trânsito, que já somam cerca de 33 mil por ano no Brasil.
Embora o governo defenda que as aulas se tornariam opcionais, especialistas alertam que essa flexibilização pode comprometer a segurança viária e a arrecadação municipal. A proposta visa desburocratizar o processo e facilitar o acesso à habilitação, mas críticos argumentam que isso pode resultar em um retrocesso nas conquistas de segurança no trânsito. O debate sobre a proposta continua, refletindo a tensão entre a necessidade de modernização e a proteção da segurança pública.