A competitividade do óleo e do farelo de soja da Argentina, maior exportadora desses produtos, foi impactada por uma recente alteração no diferencial tributário. Desde 31 de julho, o imposto de exportação do farelo e óleo de soja argentinos caiu de 31% para 24,5%, enquanto o imposto sobre a soja em grão foi reduzido de 33% para 26%. Essa mudança foi comentada por Daniel Furlan Amaral, diretor de Economia e Assuntos Regulatórios da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), em entrevista à Reuters.
Amaral destacou que o novo diferencial tributário, que passou de 2 pontos percentuais para 1,5 ponto, pode diminuir a competitividade dos produtos argentinos no mercado internacional. Embora os impostos sobre os derivados da soja ainda sejam inferiores aos da soja em grão, a redução pode afetar os investimentos na indústria esmagadora de soja da Argentina, que historicamente se beneficiou de vantagens logísticas e tributárias.
De acordo com previsões do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), a Argentina deve exportar 30 milhões de toneladas de farelo de soja na safra 2025/26, em comparação com 23,2 milhões de toneladas do Brasil. No caso do óleo de soja, a diferença é ainda maior, com a Argentina projetando 6,6 milhões de toneladas contra 1,3 milhão do Brasil. Amaral enfatizou que a diminuição da margem tributária pode abrir oportunidades de concorrência para o farelo brasileiro, que se torna mais competitivo no mercado global.