A organização não governamental Médicos Sem Fronteiras (MSF) divulgou um relatório que expõe a violência direcionada contra civis na Faixa de Gaza, atribuída às forças israelenses e grupos privados norte-americanos. O documento, intitulado "Não é ajuda, é um massacre orquestrado", foi elaborado com base em dados clínicos e depoimentos de pacientes e profissionais de saúde de duas clínicas na região, entre 7 de junho e 24 de julho de 2023.
O relatório destaca que 1.380 vítimas foram atendidas nas clínicas de Al-Mawasi e Al-Attar, incluindo 28 mortos, com um número alarmante de crianças feridas. MSF pede a suspensão imediata das operações da Fundação Humanitária de Gaza (GHF) e a restauração do mecanismo de entrega de ajuda humanitária coordenado pela Organização das Nações Unidas (ONU). A ONG classifica os locais de distribuição da GHF como armadilhas mortais, onde civis desarmados enfrentam níveis extremos de violência.
Raquel Ayora, diretora-geral da MSF, enfatiza que a situação em Gaza é insustentável, afirmando que as distribuições de alimentos, que deveriam ser um ato de ajuda, se transformaram em cenários de crueldade. O relatório revela que 11% das lesões por arma de fogo nos pacientes atendidos eram na cabeça e no pescoço, sugerindo ataques intencionais. A MSF apela aos governos, especialmente aos Estados Unidos, para que interrompam o apoio à GHF, que opera em áreas sob controle militar israelense, com segurança privada armada.
A situação humanitária em Gaza se agrava com relatos de mortes por asfixia e fome, enquanto a GHF continua a operar em meio a um ambiente de violência crescente. A MSF reitera a urgência de uma resposta humanitária eficaz e segura, destacando a necessidade de proteger os civis em meio ao conflito.