O banco Morgan Stanley anunciou um duplo rebaixamento das ações da Cogna (COGN3), reduzindo sua recomendação de overweight para underweight, enquanto elevou a recomendação da Ânima (ANIM3) de equal-weight para overweight. As mudanças foram divulgadas em um relatório que analisa os impactos da nova regulação do ensino superior no Brasil, publicada em maio de 2025, que restringe cursos totalmente online e aumenta a exigência de aulas presenciais. O preço-alvo para as ações da Cogna foi reduzido de R$ 3,50 para R$ 2,90, enquanto o da Ânima subiu de R$ 3,70 para R$ 5.
De acordo com o Morgan Stanley, a nova regulamentação deve elevar os custos e pressionar as margens das empresas com forte exposição ao ensino a distância (EAD), como a Cogna, que divulgará seu balanço financeiro hoje após o fechamento do mercado. O banco estima que a nova regulação pode resultar em uma redução de até 20% no EBITDA da Cogna, especialmente em seus cursos de enfermagem a distância, que enfrentam riscos de disrupção mais rápida.
Por outro lado, a Ânima, que possui uma baixa participação de EAD em sua receita, deve sentir um impacto inferior a 5% no EBITDA. O relatório também destaca que a Ser Educacional (SEER3) manteve sua recomendação em overweight, apresentando uma exposição moderada ao EAD e diversificação no ensino presencial, com um efeito estimado entre 10% e 15% no EBITDA. O Morgan Stanley alerta que o mercado pode estar subestimando os efeitos das mudanças regulatórias, especialmente considerando o prazo de transição de dois anos estabelecido pela nova legislação.