O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), solicitou a extradição de Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), atualmente residindo na Itália. O pedido foi formalizado pelo Ministério da Justiça ao Itamaraty, que deverá encaminhá-lo ao governo italiano. Tagliaferro enfrenta acusações graves da Procuradoria-Geral da República (PGR), incluindo violação de sigilo funcional e obstrução de investigação relacionada à tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023.
Segundo a PGR, Tagliaferro, enquanto assessor-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE, teria vazado informações sigilosas a veículos de imprensa e a terceiros. As alegações indicam que ele atuou em conluio com investigados e favoreceu uma organização criminosa que atacou o sistema eleitoral e as instituições judiciárias. Os vazamentos supostamente incluíam ordens não oficiais para relatórios que embasariam decisões contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados.
As acusações levantam sérias questões sobre a imparcialidade dos julgamentos no STF, uma vez que Moraes poderia ser tanto julgador quanto parte interessada em casos relacionados. O STF agora deve abrir um prazo para que a defesa de Tagliaferro se manifeste antes de decidir sobre sua possível inclusão como réu no processo. Essa situação destaca a complexidade das interações entre política e justiça no Brasil contemporâneo.