O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), solicitou ao Ministério da Justiça a extradição de Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), acusado de atuar contra investigações de atos antidemocráticos. O pedido foi feito em 14 de agosto e, na última quarta-feira (20), o Ministério da Justiça encaminhou a solicitação ao Ministério das Relações Exteriores para formalização junto ao governo da Itália, onde Tagliaferro reside atualmente. Na sequência, a Procuradoria-Geral da República denunciou Tagliaferro ao STF, alegando que ele comprometeu a legitimidade do processo eleitoral e obstruiu investigações relacionadas a uma organização criminosa.
A Procuradoria afirma que Tagliaferro vazou informações sigilosas e atuou em favor de interesses ilícitos, prejudicando o sistema eleitoral e as investigações em curso. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, destacou que as evidências indicam que o ex-assessor agiu alinhado a um grupo que tenta desestabilizar a democracia no Brasil. A denúncia inclui acusações graves como violação de sigilo funcional e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, refletindo um cenário preocupante sobre a integridade das instituições brasileiras.
Com a denúncia formalizada, o STF agora deve abrir prazo para que a defesa de Tagliaferro se manifeste. A Corte decidirá posteriormente se torna o ex-assessor réu. A situação é um indicativo das tensões políticas atuais e das ameaças à democracia no Brasil, levantando discussões sobre a responsabilidade dos envolvidos e as repercussões legais que podem advir desse caso.