O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), solicitou nesta terça-feira (26) que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste sobre o pedido da Polícia Federal (PF) para reforçar a vigilância do ex-presidente Jair Bolsonaro em sua residência, onde ele cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto. A PF enviou um ofício a Moraes sugerindo a presença de uma equipe policial 24 horas no local, após o ministro ter determinado o aumento do policiamento nas imediações da casa de Bolsonaro. Essa decisão foi motivada por um pedido da PGR, que surgiu após solicitação do deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), que destacou o risco de fuga do ex-presidente, incluindo a possibilidade de asilo na Embaixada dos Estados Unidos.
No ofício, a PF argumentou que o uso de tornozeleira eletrônica não seria suficiente para impedir uma eventual fuga, já que o equipamento depende de sinal de telefonia, sujeito a falhas. Assim, a corporação recomendou medidas mais rigorosas, como o monitoramento constante do fluxo de veículos e pessoas nas proximidades da residência de Bolsonaro. O pedido da PF se insere no contexto do Inquérito 4995/DF, que investiga Jair Bolsonaro e seu filho Eduardo por crimes relacionados à obstrução de investigação e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, incluindo a descoberta de um rascunho de pedido de asilo político à Argentina no celular do ex-presidente.
A defesa de Bolsonaro minimizou as alegações da PF, afirmando que não há indícios concretos de fuga, já que o processo criminal que motivou as medidas cautelares foi aberto um ano depois dos fatos. Com a decisão de Moraes, a residência do ex-presidente permanecerá sob vigilância reforçada, assegurando a eficácia das medidas cautelares impostas pelo STF. O aumento da segurança ocorre em um momento crítico, às vésperas do julgamento da Ação Penal 2.668, que pode agravar a situação jurídica de Bolsonaro.