O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta sexta-feira (1º de agosto de 2025) que continuará atuando como relator das ações penais relacionadas à tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, apesar das sanções impostas a ele pelo governo dos Estados Unidos. Moraes garantiu que o andamento dos processos não será afetado e que seguirá trabalhando de forma colegiada no STF.
Durante a abertura do 2º semestre do Judiciário, o ministro classificou as sanções como uma tentativa de intimidação ao Supremo e destacou a transparência dos julgamentos, que já contaram com o interrogatório público dos réus. Moraes criticou as pressões para o arquivamento das ações, considerando-as um "tiranismo" que favoreceria aqueles que se consideram acima da Constituição.
A manifestação de Moraes ocorre após sua inclusão na lista de sanções da Lei Magnitsky, que permite ao governo dos EUA penalizar indivíduos por corrupção ou violações de direitos humanos. A situação gerou um racha no STF, evidenciado pela ausência de cinco ministros em um jantar oferecido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, onde apenas seis dos onze ministros compareceram. A falta de consenso entre os ministros sobre a defesa de Moraes foi notável, com a maioria optando por não assinar uma carta em apoio ao colega, o que foi considerado uma decepção por ele.