O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ampliou o prazo para que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste sobre as explicações do ex-presidente Jair Bolsonaro em relação a um possível descumprimento de medidas cautelares e uma tentativa de fuga. O novo prazo, que se estende até a próxima segunda-feira (1º), permite ao procurador-geral Paulo Gonet apresentar pedidos, como uma eventual prisão preventiva do ex-presidente, ou apenas informar sobre os esclarecimentos apresentados por Bolsonaro.
Na última terça-feira (26), Moraes havia determinado que a PGR teria 48 horas para se manifestar, mas decidiu prorrogar o prazo em mais cinco dias para abordar “questões pendentes”. O STF esclareceu que essas questões incluem o possível descumprimento das medidas cautelares e o recurso de Bolsonaro contra sua prisão domiciliar. Além disso, Gonet deve se manifestar sobre o indiciamento de Bolsonaro e do deputado federal Eduardo Bolsonaro, ambos investigados pela Polícia Federal por coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.
A PGR precisa decidir se apresentará uma denúncia e solicitará a instauração de uma ação penal ao STF. Embora o prazo estabelecido para a próxima segunda-feira não produza penalidades caso não seja cumprido, a pressão sobre a procuradoria é alta, especialmente após indícios de tentativa de fuga para a Argentina terem sido identificados. A defesa de Bolsonaro já apresentou esclarecimentos negando as acusações e alegando que a atuação da PF é política.