O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), requereu ao Ministério da Justiça a extradição de Eduardo Tagliaferro, seu ex-assessor no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), atualmente na Itália. Tagliaferro foi denunciado pela Procuradoria Geral da República (PGR) na última sexta-feira (22 de agosto) por vazar conversas entre servidores do STF e do TSE que assessoravam Moraes em 2024, quando ele presidiu a Corte Eleitoral. As acusações incluem violação de sigilo funcional e obstrução de investigação penal.
As investigações apontam que Tagliaferro, após ser demitido, deixou o Brasil em direção à Itália. O pedido de extradição já foi encaminhado ao Itamaraty. As mensagens vazadas, publicadas pelo jornal Folha de S.Paulo, revelam pedidos de Moraes para relatórios sobre inquéritos relacionados a ataques ao STF e disseminação de fake news. A denúncia da PGR sugere que o vazamento visava desestabilizar a credibilidade das instituições judiciais.
Além disso, Tagliaferro ameaçou revelar mais informações sigilosas em uma entrevista recente, o que reforça a percepção de sua adesão a uma organização criminosa. O advogado André Marsiglia destacou que o interesse público pode estar do lado de quem revela irregularidades, levantando questões sobre a legalidade da punição ao ex-assessor. A situação continua a gerar debates sobre a proteção de segredos funcionais e a integridade das instituições democráticas no Brasil.