O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta terça-feira (19) manter a prisão preventiva do coronel Marcelo Câmara, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro. Moraes fundamentou sua decisão na existência de indícios de autoria e materialidade dos crimes imputados, além do risco de que a liberdade do investigado possa ameaçar a condução do processo. Câmara foi preso em 18 de junho por descumprimento de medidas cautelares anteriores.
A tentativa de Câmara, por meio de seu advogado, de acessar informações sigilosas da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid foi um dos fatores que reforçaram a decisão de Moraes. O ministro destacou que essa ação indica o perigo que a liberdade do réu representa para as investigações em andamento. Além disso, Marcelo Câmara é apontado como integrante do núcleo 2 da organização denunciada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por tentativa de golpe de Estado.
As investigações da Polícia Federal (PF) revelam que Câmara teria participado do monitoramento ilegal de autoridades públicas durante o período pré-posse da chapa eleita em 2022, incluindo o próprio ministro Moraes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin. A manutenção da prisão levanta questões sobre a continuidade das investigações e a segurança jurídica no país.