O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), declarou nesta sexta-feira (1º) que as sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos contra ele são resultado de ações "covardes e traiçoeiras" de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em sua primeira manifestação pública após a aplicação da Lei Magnitsky, Moraes afirmou que continuará exercendo suas funções normalmente, desconsiderando as punições. "O STF irá ignorar as sanções aplicadas e continuar trabalhando como vem fazendo", disse durante a reabertura dos trabalhos do Judiciário em Brasília.
Moraes fez referência ao deputado Eduardo Bolsonaro, que, segundo ele, teria colaborado com o governo Trump para que seu nome fosse incluído na lista de sancionados. O ministro também mencionou que Eduardo Bolsonaro está sendo investigado em um inquérito no STF, onde há indícios de condutas ilícitas atribuídas a ele e a seus aliados. "Estão foragidos, escondidos fora do território nacional", afirmou Moraes, enfatizando a gravidade das ações.
Além disso, o ministro comparou as táticas dos aliados de Bolsonaro a métodos de milícias, citando ameaças a magistrados e suas famílias como uma tentativa de coação ao Judiciário e ao Congresso. Moraes classificou essas condutas como atos de traição ao Brasil e afirmou que todos os responsáveis serão julgados, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, no âmbito das ações sobre a tentativa de golpe de Estado de 2022.
O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, e o ministro Gilmar Mendes também se manifestaram em apoio a Moraes, destacando a independência do tribunal e a resistência a pressões externas. A sessão de reabertura do semestre contou com a presença da maioria dos ministros, exceto Kassio Nunes Marques e Dias Toffoli.