O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a defesa de Jair Bolsonaro (PL) se manifeste em 48 horas sobre o descumprimento de medidas cautelares. A decisão foi motivada pelo “risco de fuga” identificado pela Polícia Federal (PF), após a descoberta de um rascunho de carta no celular do ex-presidente, onde ele solicita asilo político ao presidente da Argentina, Javier Milei. Moraes destacou que Bolsonaro desrespeitou restrições impostas pela Corte e voltou a adotar condutas ilícitas, evidenciando um plano para deixar o país.
A PF concluiu que o documento encontrado no celular de Bolsonaro, datado de fevereiro de 2024, revela sua intenção de buscar acolhimento na Argentina, alegando perseguição política e temor por sua segurança. O ex-presidente e seu filho, Eduardo Bolsonaro, foram indiciados por crimes relacionados à tentativa de coação no processo judicial em andamento no STF, que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado no Brasil entre 2022 e 2023. A situação é ainda mais complexa com a pressão internacional sobre o Brasil e as sanções dos Estados Unidos contra autoridades brasileiras.
Após a manifestação da defesa, os autos serão enviados à Procuradoria-Geral da República (PGR), que terá o mesmo prazo para se posicionar. A decisão de Moraes e o indiciamento dos Bolsonaro refletem um momento crítico na política brasileira, levantando questões sobre a estabilidade do Estado democrático e as repercussões legais das ações do ex-presidente. Atualmente, Bolsonaro cumpre prisão domiciliar em Brasília, enquanto Eduardo busca apoio nos Estados Unidos para sanções contra Moraes.