A Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (SEAPE/DF) detectou ‘pontos cegos’ na residência do ex-presidente Jair Bolsonaro, que podem comprometer o funcionamento da tornozeleira eletrônica que ele utiliza. Em ofício enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), a SEAPE/DF informou sobre limitações técnicas que podem causar interrupções no sinal do dispositivo. Em resposta, o ministro Alexandre de Moraes determinou, neste sábado (30), um monitoramento mais rigoroso na área externa da casa e vistorias em todos os veículos que deixarem o local.
A decisão de Moraes foi fundamentada em preocupações levantadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e pela Polícia Federal, que alertaram sobre a possibilidade de fuga e a necessidade de acompanhamento contínuo das atividades de Bolsonaro. O ofício da SEAPE/DF destacou que a residência possui barreiras físicas que dificultam a eficácia da tornozeleira, como imóveis contíguos e estruturas que bloqueiam sinais eletromagnéticos. Para garantir a efetividade da prisão domiciliar, novas ações foram impostas, incluindo vistorias diárias nos veículos e monitoramento presencial nas áreas mais vulneráveis.
Essa medida ocorre no contexto do Inquérito 4.995, que investiga o deputado Eduardo Bolsonaro por sua atuação nos Estados Unidos em busca de apoio para sanções contra autoridades brasileiras. O inquérito aponta Bolsonaro como financiador das ações do filho e beneficiário das condutas investigadas. Assim, as novas determinações visam não apenas assegurar a prisão domiciliar, mas também abordar as implicações legais mais amplas envolvendo a família Bolsonaro e suas interações internacionais.