O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, classificou como "covarde e traiçoeira" uma "organização miliciana" que tenta impor sanções dos Estados Unidos ao Brasil e a autoridades brasileiras. A declaração foi feita durante uma coletiva na sexta-feira, 1º de setembro, em resposta a ações que visam interferir no julgamento da ação penal relacionada à tentativa de golpe de Estado, que pode resultar em até 43 anos de prisão para o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Moraes, que é o relator da ação penal, criticou a atuação de "pseudo-patriotas" que, segundo ele, tentam coagir o STF para obter o arquivamento de processos em andamento. O ministro não mencionou diretamente os nomes de Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo, mas destacou que suas ações nas redes sociais refletem um lobby por sanções ao Brasil, que foram expressas em uma carta do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O ministro também ressaltou que o arquivamento das ações penais seria um ato "tirânico" e uma traição à soberania nacional. Moraes, que foi alvo da Lei Magnitsky, que impõe sanções a agentes públicos, afirmou que ignorará essas medidas e continuará seu trabalho no STF, garantindo que os núcleos denunciados pela Procuradoria-Geral da República serão julgados ainda neste semestre. Ele enfatizou que o STF não se acovardará diante de ameaças e que os responsáveis por atos criminosos serão responsabilizados.