O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou na sexta-feira (22) que magistrados precisam resistir a pressões políticas e externas. “Juiz que não resiste à pressão, que mude de profissão”, disse Moraes, em palestra a empresários no Rio de Janeiro, durante o 24º Fórum Empresarial Lide. Ele destacou que a Justiça brasileira não fará acordos para reduzir tensões momentâneas, enfatizando que um Judiciário independente é essencial para o respeito à democracia.
Moraes, sancionado pela Lei Magnitsky no fim de julho, criticou a polarização política e o ambiente digital, alertando que regimes autoritários confundem liberdade de expressão com “liberdade de agressão”. Ele também mencionou a recente incerteza no sistema bancário brasileiro, especialmente após uma decisão do ministro Flávio Dino sobre a aplicação de leis estrangeiras. O ministro questionou como o Brasil pode atrair investimentos se cada empreendimento enfrenta inquéritos civis prolongados.
As declarações de Moraes ocorreram em um contexto de crescente tensão política, com a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro apresentando esclarecimentos ao STF sobre um novo inquérito. O caso investiga a influência de Bolsonaro junto ao governo dos Estados Unidos para obstruir investigações no Brasil. A análise do caso está sob relatoria do próprio Moraes, que reafirmou a necessidade de segurança institucional para garantir um ambiente favorável aos investimentos.