O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), classificou como "patética" a tentativa de intimidação ao tribunal em meio ao julgamento da tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, no qual o ex-presidente Jair Bolsonaro é réu. A declaração foi feita na sexta-feira, 1º de agosto de 2025, durante a abertura do 2º semestre do Judiciário, onde Moraes defendeu a transparência do processo legal em curso.
Moraes ressaltou que todos os 31 réus dos quatro núcleos investigados foram interrogados de forma "absolutamente pública e transparente" e afirmou que não há precedentes de ações penais conduzidas com tamanha clareza. Ele também se manifestou contra pressões para o arquivamento das ações, afirmando que isso seria um desrespeito à Constituição e aos princípios democráticos do Brasil.
A manifestação de Moraes ocorre em um contexto de tensão, após sua inclusão na lista de sanções da Lei Magnitsky dos Estados Unidos, que permite penalizações a indivíduos acusados de corrupção ou violações de direitos humanos. O ministro confirmou que o julgamento dos réus, incluindo Bolsonaro, seguirá normalmente, sem alterações no rito processual, independentemente das sanções impostas.
Além disso, a abertura do Judiciário foi marcada pela ausência de cinco dos 11 ministros do STF em um jantar oferecido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, evidenciando a falta de consenso no tribunal. A maioria dos ministros se recusou a assinar uma carta em defesa de Moraes, o que gerou descontentamento no magistrado, que esperava apoio unânime de seus colegas.