O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, declarou que não cederá à pressão do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em relação aos processos relacionados aos eventos de 8 de Janeiro. Em entrevista ao ‘The Washington Post’, publicada nesta segunda-feira (18), Moraes afirmou: “Não existe a menor possibilidade de recuar um milímetro sequer”. O magistrado ressaltou que seu compromisso é com a justiça e que as investigações continuarão até que se chegue a um veredicto claro sobre os envolvidos.
Moraes também comentou sobre a crítica de Marco Aurélio Mello, ex-colega no STF, que expressou preocupação com a deterioração da Corte. O ministro respondeu que o Brasil enfrenta forças que ameaçam a democracia e que seu papel é aplicar uma “vacina” contra essa “doença” autocrática. Ele destacou a fragilidade da democracia brasileira, lembrando os anos de ditadura e as tentativas de golpe, e defendeu a importância de um processo legal rigoroso nas investigações.
Além disso, Moraes abordou as tensões nas relações entre Brasil e Estados Unidos, afirmando que os desentendimentos são passageiros e que sempre buscou inspiração na história da governança americana. Ele criticou as “falsas narrativas” disseminadas por figuras como o deputado Eduardo Bolsonaro, que está nos EUA promovendo sanções contra autoridades brasileiras. Moraes, que já enfrenta sanções sob a Lei Magnitsky, afirmou que essa situação não é agradável, mas é parte de sua luta pela democracia.