Pessoas em situação de rua no Rio de Janeiro expressam suas queixas sobre as condições inadequadas dos abrigos oferecidos pela prefeitura. Hildebrando Alves da Costa, um idoso de 67 anos, relata ter sido furtado enquanto dormia no Centro de Referência Especializado de Assistência Social, onde as refeições são inexistentes. Jackson Oliveira, frequentador do Centro Pop, também critica a falta de alimentação, afirmando que os usuários dependem da distribuição de quentinhas na rua.
A situação é ainda mais alarmante diante das acusações do Ministério Público Federal e das defensorias públicas, que alegam que a prefeitura tem falhado em atender a população de rua. Com cerca de 7,8 mil pessoas vivendo nas ruas, segundo o censo municipal de 2022, as 35 unidades de atendimento do Rio oferecem apenas 3 mil vagas. Além disso, um levantamento da UFMG aponta que o número real pode ser quase o triplo, evidenciando a gravidade da crise.
Nesta terça-feira (26), teve início a 1ª Conferência Nacional de Entidades Ligadas à População em Situação de Rua, onde representantes do Rio confirmaram que a cidade não está preparada para enfrentar essa realidade. O evento visa discutir a implementação de políticas públicas para essa população, enquanto o MPF busca garantir que a prefeitura cumpra as diretrizes da Política Nacional Para a População em Situação de Rua. A prefeitura, por sua vez, defende suas ações e afirma ter ampliado o número de atendimentos e vagas disponíveis.