Neste sábado, 2 de setembro, moradores e associações de Higienópolis, em São Paulo, realizaram um 'café-manifestação' em protesto contra a construção de um empreendimento de alto padrão nas proximidades de um casarão tombado. A incorporadora Helbor planeja erguer prédios de 20 andares ao lado da antiga residência da família Rodrigues Alves, que possui um histórico ligado ao Departamento de Ordem Política e Social (Dops) durante a ditadura militar.
O ato foi organizado pelo Coletivo Pró-Higienópolis e pela Associação de Proprietários, Protetores e Usuários de Imóveis Tombados (APPIT), que criticam a proximidade da nova construção em relação ao casarão, alegando que a obra ocupará quase toda a área do antigo jardim. Os manifestantes pedem uma revisão das normas de tombamento do local, que é considerado um patrimônio histórico.
A Helbor, por sua vez, afirma que o projeto respeita a legislação vigente e recebeu autorização do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp). A incorporadora destaca que o casarão será preservado e revitalizado, oferecendo um novo espaço para a comunidade.
O casarão, que foi leiloado em 2018 por R$ 26 milhões, é um exemplar de estilo art nouveau e foi tombado em 2012. Além de ter sido residência de Rodrigues Alves, o imóvel também abrigou a Polícia Federal e o Dops, tornando-se um símbolo da história política do Brasil. O novo empreendimento, chamado Casa Piauí Higienópolis, contará com 40 apartamentos de alto padrão, com áreas variando entre 245 m² e 251 m².