O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, enfrentou resistência de seus colegas ao tentar obter apoio em uma carta de defesa, após ser alvo de sanções da Lei Magnitsky, que impede sua interação com instituições financeiras dos Estados Unidos. A pressão ocorreu na quarta-feira, 31 de julho de 2025, mas mais da metade dos 11 ministros do STF optou por não assinar o documento, considerando inadequado contestar uma decisão interna americana.
Diante da falta de consenso, foi emitida uma nota institucional, assinada pelo presidente da Corte, Roberto Barroso, que não mencionou os Estados Unidos. Na tentativa de demonstrar unidade, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva organizou um jantar no Palácio da Alvorada na mesma data, convidando todos os ministros do STF. Contudo, apenas seis compareceram, evidenciando a divisão interna da Corte.
O evento, que visava criar uma imagem de solidariedade entre os Três Poderes, contou com a presença de Moraes, Barroso, Cristiano Zanin, Edson Fachin, Flávio Dino e Gilmar Mendes. A ausência dos outros cinco ministros, incluindo figuras proeminentes como Cármen Lúcia e Luiz Fux, reforçou a percepção de um racha no STF. Fachin, que será o próximo presidente da Corte, compareceu ao jantar, apesar de sua relutância, para evitar um desgaste institucional.
A situação gerou preocupações sobre a condução de Moraes, que, em decisões recentes, insinuou que os Estados Unidos poderiam ser considerados "inimigos estrangeiros" do Brasil. Essa postura foi vista como imprópria por muitos de seus colegas, refletindo um clima de tensão e descontentamento dentro do STF.