A primeira convenção partidária da federação União Progressista, realizada na última terça-feira (19), revelou um clima de constrangimento entre os ministros do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os partidos que compõem a federação, Progressistas e União Brasil, controlam quatro pastas na Esplanada e ouviram discursos de governadores, alguns não filiados, clamando por um rompimento com o governo federal. A expectativa é que essa ruptura ocorra em até dois meses, após a homologação da federação pelo TSE.
Os ministros do Turismo, Celso Sabino (União-PA), e do Esporte, André Fufuca (PP-MA), ambos deputados federais, estão sob pressão para decidir sobre a entrega de seus cargos. A situação é diferente para os ministros técnicos não filiados aos partidos, como Waldez Góes e Frederico de Siqueira. Ciro Nogueira, presidente do PP, fez declarações contundentes sobre a saída do governo, afirmando que apenas 5% dos membros desejam permanecer na administração.
O movimento de afastamento liderado por Nogueira sinaliza uma reconfiguração da direita institucional no Brasil, especialmente com a criação da União Progressista, que se torna a maior força partidária do país. A federação terá um papel central nas articulações políticas para 2026, com figuras como Tarcísio de Freitas e Ronaldo Caiado ganhando destaque nas discussões sobre candidaturas de centro-direita.