A ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, expressou preocupação com as tarifas de 50% impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a produtos brasileiros. Em declarações ao jornal Folha de S.Paulo, Santos destacou que essa medida pode afetar significativamente a pesquisa e o desenvolvimento no Brasil, uma vez que o país é altamente dependente de setores como biológicos e tecnologia da informação.
Santos informou que o governo brasileiro está buscando maneiras de mitigar os impactos negativos dessa decisão. Uma das propostas discutidas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é a cobrança da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) das grandes empresas de tecnologia, que atualmente não são taxadas. "74% do nosso fundo [FNDCT] vem da Cide", ressaltou a ministra.
O decreto assinado por Trump na quarta-feira (30 de julho de 2025) formalizou a aplicação das tarifas, embora certos setores essenciais da economia americana tenham sido isentos, incluindo 694 produtos estratégicos como celulose e minérios. O objetivo declarado das tarifas é responder a políticas do governo brasileiro que, segundo os EUA, representam uma ameaça à segurança nacional e à economia americana.
Luciana Santos também criticou a postura da família Bolsonaro em relação à situação, chamando-a de "vergonhosa" e mencionando que o deputado Eduardo Bolsonaro tenta proteger seu pai. A ministra enfatizou a necessidade de uma reação soberana do Brasil frente a essa situação.