Os preços futuros do minério de ferro enfrentaram uma queda significativa nesta quarta-feira, com o contrato mais negociado para janeiro na Bolsa de Mercadorias de Dalian, na China, registrando uma perda de 0,19%, cotado a 769 iuanes (US$107,09) a tonelada. Na Bolsa de Cingapura, o minério de ferro de referência para setembro recuou 0,25%, a US$100,8 a tonelada. Essa desvalorização é impulsionada por cortes obrigatórios na produção siderúrgica na China, em decorrência da preparação para um desfile militar em Pequim, e pelas novas restrições comerciais dos Estados Unidos sobre as importações de aço.
As autoridades chinesas implementaram cortes na produção de alto-forno visando melhorar a qualidade do ar antes do evento em 3 de setembro, embora os analistas da corretora Galaxy Futures tenham destacado que esses cortes são menos severos do que rumores anteriores sugeriam. Enquanto isso, os EUA intensificaram a fiscalização sobre produtos chineses, incluindo aço e cobre, devido a alegações de abusos de direitos humanos. Além disso, o governo americano ampliou tarifas sobre aço e alumínio para mais de 400 produtos, desconsiderando apelos de empresas como a Tesla sobre a insuficiência da produção local.
No que diz respeito à oferta, os embarques de minério de ferro dos principais produtores, como Austrália e Brasil, mostraram sinais de recuperação. A Vale, gigante brasileira da mineração, lidera esse movimento, conforme dados da consultoria chinesa Mysteel. Essa dinâmica sugere que, apesar das pressões sobre os preços devido às restrições e cortes de produção, a oferta pode se estabilizar com o aumento das exportações dos principais fornecedores.