O presidente da Argentina, Javier Milei, vetou nesta segunda-feira (4) projetos de lei que visavam aumentar as aposentadorias e ampliar as proteções para pessoas com deficiência. As propostas, aprovadas pelo Congresso em julho, foram rejeitadas por Milei sob a justificativa de que não apresentavam fontes de recursos e comprometiam o equilíbrio fiscal do país.
Em comunicado oficial, a Casa Rosada classificou os projetos como "irresponsáveis", afirmando que sua implementação acarretaria um aumento de gastos superior a 7 trilhões de pesos em 2025 e quase 17 trilhões até 2026. Segundo o governo, esse montante representaria 0,9% do PIB deste ano e 1,68% do PIB do próximo ano, o que poderia afetar a estabilidade econômica da Argentina.
A decisão ocorre em um contexto de crise econômica persistente, onde as medidas de austeridade do governo têm gerado controvérsias, ao reduzir a inflação, mas aumentar o impacto social. Além disso, os vetos foram anunciados a menos de três meses das eleições legislativas de meio de mandato, que servirão como um termômetro para o apoio político ao governo.
O Congresso argentino, que possui a possibilidade de recorrer da decisão, ainda não se manifestou oficialmente sobre a intenção de tentar derrubar o veto do presidente. A situação continua a gerar debates acalorados entre os representantes políticos e a sociedade civil.