O México ultrapassou os Estados Unidos e agora ocupa a posição de segundo maior importador de carne bovina brasileira, ficando atrás apenas da China. Essa mudança ocorreu entre janeiro e junho de 2023, quando as exportações para o México aumentaram 420%, passando de 3,1 mil para 16,1 mil toneladas, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Em termos financeiros, as vendas saltaram de US$ 15,5 milhões para US$ 89,3 milhões no mesmo período.
Entre 1º e 28 de julho, o México importou US$ 69 milhões em carne bovina brasileira, superando ligeiramente os US$ 68,7 milhões adquiridos pelos Estados Unidos. A China, por sua vez, manteve-se como o principal destino da carne brasileira, importando 134,4 mil toneladas em junho, totalizando US$ 739,9 milhões. No mesmo intervalo de julho, o volume importado pela China foi de 132 mil toneladas, somando US$ 732 milhões.
A diversificação dos mercados ocorre em um contexto de queda nas vendas para os EUA, que em abril importaram 44,1 mil toneladas, mas esse número despencou para 13,4 mil toneladas em junho, representando uma redução de 67%. A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) informou que cerca de 30 mil toneladas de carne já estavam prontas para embarque aos EUA, mas estão retidas devido à tarifa adicional de 50% imposta pelo governo de Donald Trump.
Além do México, o Chile também aumentou suas importações, passando de US$ 45 milhões em janeiro para mais de US$ 66,5 milhões em julho. As exportações brasileiras de carne bovina totalizaram 241 mil toneladas em junho, movimentando US$ 1,3 bilhão, e até 28 de julho, o setor já havia registrado US$ 1,352 bilhão em vendas, o melhor resultado mensal da década. Com a nova tarifa de 50% entrando em vigor em 6 de agosto, espera-se que o comércio se concentre ainda mais em mercados alternativos, enquanto o governo brasileiro busca reverter a decisão junto às autoridades dos EUA.