Os trabalhadores metalúrgicos do ABC, no Estado de São Paulo, aprovaram um reajuste real de 1,2% a 1,4% sobre a inflação em assembleia realizada recentemente. A proposta, que inclui a renovação de cláusulas sociais até 2026, foi negociada com os sindicatos patronais Simefre, Siamfesp e Sinafer. A data-base da categoria é 1º de setembro e, caso outros setores não apresentem propostas adequadas, os metalúrgicos podem declarar greve a partir da próxima semana.
O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC destacou que dez setores ainda não apresentaram propostas de reajuste salarial, incluindo estamparia de metais e refrigeração. A proposta aprovada considera a reposição da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), além do aumento real. Moisés Selerges, presidente do sindicato, afirmou que os avisos de greve serão protocolados pela Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT (FEM/CUT), que representa cerca de 240 mil metalúrgicos no estado.
A situação é crítica para os trabalhadores da região, que já enfrentaram desafios nas negociações salariais. Em junho, metalúrgicos da Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo aprovaram um reajuste de 7%, incluindo 1,6% de aumento real. A pressão por melhores condições salariais e a ameaça de greve refletem a insatisfação crescente entre os trabalhadores diante da falta de propostas concretas por parte dos empregadores.