A Instituição Fiscal Independente (IFI) divulgou nesta quinta-feira, 21, que o cumprimento da meta fiscal de 2026 exigirá um esforço adicional de R$ 80 bilhões. Este montante é necessário para assegurar o limite inferior da meta de resultado primário fixada no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO). Segundo a IFI, sem esse reforço, há um sério risco de comprometimento do funcionamento da máquina pública, já que seria inviável contingenciar despesas discricionárias nesse valor.
O relatório da IFI também destaca que o Brasil enfrenta uma agenda fiscal desafiadora, marcada por déficits primários recorrentes e uma relação dívida pública/PIB em ascensão. Além disso, a política comercial agressiva do governo americano pode gerar gastos adicionais não previstos, impactando negativamente a economia global e brasileira. A IFI projeta um crescimento do PIB de 2,4% em 2025, mas alerta que a simples alteração dos critérios fiscais não resolve os desafios reais enfrentados pelo país.
Com a perda de efetividade da regra do limite de despesa prevista para 2027, a IFI enfatiza a necessidade de esforços fiscais crescentes e correção da trajetória da despesa primária da União. O diretor-executivo da IFI, Marcus Pestana, ressalta que qualquer despesa deve ser considerada efetiva, independentemente de sua natureza, e que o risco é que soluções ilusórias atrasem o ajuste fiscal necessário para a saúde financeira do Brasil.