Mestre Damasceno, conhecido como Damasceno Gregório dos Santos, faleceu na madrugada de 26 de agosto, aos 72 anos, em Belém, Pará, devido a complicações causadas por um câncer. O artista marajoara estava internado desde junho e foi transferido para o Hospital Jean Bittar e, posteriormente, para o Hospital Ophir Loyola, onde tratava pneumonia e insuficiência renal. Sua morte ocorre em um dia significativo, já que 26 de agosto é celebrado como o Dia Municipal do Carimbó.
Nascido em 1954 na Comunidade Quilombola do Salvá, Mestre Damasceno dedicou mais de cinco décadas à valorização das tradições culturais do Marajó. Ele se destacou no carimbó e na poesia oral, além de ter fundado o Conjunto de Carimbó Nativos Marajoara. Recentemente, foi homenageado na 28ª Feira Pan-Amazônica do Livro e recebeu a Ordem do Mérito Cultural, a mais alta honraria do Ministério da Cultura, reconhecendo sua contribuição significativa à cultura brasileira.
A morte de Mestre Damasceno representa uma grande perda para a cultura popular brasileira e para as tradições marajoaras. Seu legado artístico e suas iniciativas culturais, como o Festival de Boi-Bumbá de Salvaterra, continuarão a inspirar novas gerações. A comunidade quilombola e os amantes da cultura regional lamentam a partida de um verdadeiro símbolo da resistência cultural do Norte do Brasil.