Os mercados financeiros experimentaram uma onda de otimismo após o discurso de Jerome Powell em Jackson Hole na última sexta-feira, mas essa euforia rapidamente esfriou. A expectativa de um corte de juros pelo Federal Reserve em setembro, que chegou a 92% logo após a fala do presidente do banco central, caiu para 84,7% ao final do dia, enquanto os investidores se preparam para uma série de indicadores econômicos que podem impactar essa decisão. Apesar da diminuição do otimismo, a maioria dos analistas ainda prevê cortes nas taxas até o final do ano, dependendo dos próximos dados sobre o mercado de trabalho e inflação.
A semana que se inicia será marcada pela divulgação de indicadores-chave, como o índice de confiança do consumidor e os pedidos de bens duráveis, além da revisão do PIB do segundo trimestre e do PCE, a medida preferida do Fed para monitorar a inflação. Esses dados serão fundamentais para determinar se o Fed adotará um corte “precaucional” em setembro ou se abrirá espaço para um ciclo mais consistente de redução das taxas. A economista Andressa Durão destaca que a fraqueza no mercado de trabalho precisa ser confirmada por dados adicionais para justificar cortes mais agressivos.
Os investidores também estarão atentos aos discursos de dirigentes do Fed ao longo da semana e aos leilões de títulos do Tesouro, que testarão a disposição do mercado em financiar a dívida pública em meio à expectativa de cortes. O cenário permanece incerto, com os yields de longo prazo dos títulos do Tesouro dos EUA não apresentando mudanças significativas, refletindo a hesitação dos investidores diante das incertezas fiscais e inflacionárias. O desdobramento desses eventos pode moldar as expectativas sobre a política monetária americana nos próximos meses.