As declarações de Jerome Powell durante o simpósio de Jackson Hole, realizado na última sexta-feira (22), provocaram uma onda de otimismo nos mercados financeiros. No entanto, essa euforia foi rapidamente contida, com a probabilidade de um corte de juros pelo Federal Reserve em setembro caindo de 92% para 84,7% ao final do pregão. Os operadores agora se voltam para uma série de indicadores econômicos que podem confirmar ou desmentir essas expectativas.
Os dados que serão divulgados nesta semana incluem o índice de confiança do consumidor e revisões do PIB do segundo trimestre, além da medida preferida do Fed para monitorar a inflação, o PCE. Andressa Durão, economista do ASA, destaca que a fraqueza observada no payroll ainda não se reflete nas taxas de desemprego, e que novos cortes de juros dependem da confirmação dessa tendência. O Ibovespa subiu 2,57% na sexta-feira, enquanto o dólar caiu 0,95%, refletindo a melhora global.
A expectativa é que a semana seja decisiva para a política monetária dos EUA, com discursos de dirigentes do Fed e leilões de títulos do Tesouro que testarão a disposição dos investidores em financiar a dívida pública. Seema Shah, estrategista-chefe da Principal Asset Management, alerta que um corte de 25 pontos-base seria ideal para evitar percepções de interferência política nas decisões do banco central. O cenário permanece incerto, mas os próximos dados poderão moldar as direções futuras da política monetária americana.