O Mercado Livre (BDR: MELI34) anunciou nesta segunda-feira uma queda de 1,5% em seu lucro líquido do segundo trimestre de 2023, totalizando US$ 523 milhões, valor inferior aos US$ 596 milhões previstos por analistas da LSEG. A empresa, que é a maior da América Latina em valor de mercado, atribuiu o resultado à expansão do frete grátis no Brasil, que, embora tenha impulsionado as vendas, impactou negativamente as margens de lucro.
Com sede no Uruguai, o Mercado Livre opera uma plataforma de comércio eletrônico e a fintech Mercado Pago, atuando em quase 20 países da região. No segundo trimestre, a receita líquida alcançou US$ 6,8 bilhões, um aumento de 34% em relação ao ano anterior e acima das expectativas de US$ 6,7 bilhões. O valor bruto de mercadorias (GMV) também cresceu 37% em base neutra de câmbio.
O Brasil, principal mercado da empresa, contribuiu para um aumento de 31% no total de itens vendidos, o maior crescimento ano a ano desde 2021. No entanto, segundo o diretor financeiro Martin de los Santos, os investimentos em frete grátis e marketing geraram pressão nas margens, que caíram de 14,3% para 12,2% em relação ao ano anterior. O lucro antes de juros e impostos (Ebit) foi de US$ 825 milhões, abaixo da previsão de US$ 869 milhões.
Apesar dos desafios, a unidade financeira do Mercado Livre apresentou crescimento significativo, com a carteira de crédito aumentando 91%, totalizando US$ 9,3 bilhões, enquanto a taxa de inadimplência caiu para 6,7%, a menor desde que a empresa começou a divulgar esse dado há sete anos. De los Santos expressou otimismo em relação à trajetória de lucratividade a longo prazo da empresa.