A dois dias da implementação de tarifas de 50% dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, o mercado financeiro registrou uma queda nas taxas de juros nesta segunda-feira, 4. O movimento foi impulsionado por fatores externos, como a diminuição nos rendimentos dos Treasuries, além de dados econômicos internos que não atenderam às expectativas do mercado.
O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) revelou a abertura de 166,6 mil postos de trabalho celetistas em junho, número inferior à mediana de 175 mil vagas prevista. Este resultado representa uma queda de 19,24% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Apesar da desaceleração, economistas afirmam que os fundamentos do emprego ainda se mantêm aquecidos, embora a criação de vagas tenha diminuído em setores cíclicos como construção e comércio.
No fechamento do pregão, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2026 subiu levemente para 14,910%, enquanto os DIs de janeiro de 2027 e 2028 apresentaram quedas. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, ao manter a Selic em 15% ao ano, destacou que o mercado de trabalho ainda demonstra dinamismo, apesar de uma moderação no crescimento econômico.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que as tensões comerciais entre Brasil e Estados Unidos poderão ser amenizadas por meio de diálogo, prevendo uma conversa com o secretário do Tesouro dos EUA ainda nesta semana. A expectativa é que avanços nas negociações possam favorecer o câmbio e criar condições para cortes na taxa de juros no próximo ano.