O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), acompanhou a divergência aberta por Kassio Nunes Marques e votou contra a condenação da deputada Carla Zambelli (PL-SP) por perseguição armada a um homem na véspera do segundo turno das eleições de 2022. A Corte já formou maioria para condenar a parlamentar, com um placar de seis votos a favor e dois contra. O relator do caso, ministro Gilmar Mendes, propôs uma pena de cinco anos de prisão e a perda do mandato por crimes de porte ilegal de arma e constrangimento ilegal.
Mendonça destacou que Zambelli possuía autorização para porte de arma, embora tenha feito mau uso dela. Ele considerou a culpabilidade da deputada em relação ao crime de constrangimento ilegal, que ficou evidenciado pelas filmagens do incidente. O ministro também argumentou que o STF não tinha competência para julgar o caso, uma vez que as ações da deputada não estavam relacionadas ao exercício de suas funções parlamentares, ocorrendo fora do contexto de atividades oficiais.
Além disso, Mendonça enfatizou que a questão da perda do mandato deveria ser decidida pela Câmara dos Deputados, já que a legitimidade do mandato é derivada do voto popular. O caso de Zambelli é um dos vários processos em que ela está envolvida, incluindo uma condenação anterior por articular um ataque hacker contra o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Atualmente, a deputada aguarda o desfecho de seu processo de extradição após ter fugido para a Itália.