O Médicos Sem Fronteiras (MSF) exigiu o fechamento imediato dos pontos de distribuição de alimentos geridos pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF) em um relatório intitulado "Isto não é ajuda. É um assassinato orquestrado", divulgado na quarta-feira, 6 de agosto de 2025. O documento aponta que as autoridades israelenses começaram a desmantelar a resposta humanitária da ONU na Faixa de Gaza em maio, alegando que os centros da GHF estão localizados em áreas sob controle militar, contribuindo para um cenário de fome e desumanização.
O MSF solicita que países e doadores privados suspendam qualquer financiamento à GHF, destacando casos de violência em centros de distribuição, como o ocorrido em Khan Younis, onde civis desarmados foram feridos por disparos intencionais. Um coordenador médico do MSF, que preferiu não ser identificado, afirmou que "as pessoas estão sendo baleadas como animais" enquanto tentam levar alimentos para casa.
Entre 7 de junho e 24 de julho, os centros de saúde do MSF em Gaza atenderam 1.380 feridos e receberam 28 corpos, a maioria de jovens homens com ferimentos fatais. O relatório revela que 96% dos feridos eram homens jovens, evidenciando uma estratégia de sobrevivência das famílias que enviam os mais fortes em busca de alimentos, muitas vezes sob intenso fogo.
Em resposta à crise, Israel anunciou que permitirá a entrada gradual de mercadorias em Gaza, incluindo alimentos básicos e itens de higiene. A Organização Mundial da Saúde (OMS) também relatou um aumento da desnutrição na região, destacando a dificuldade em entregar alimentos durante quase 80 dias entre março e maio de 2025.