O ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, declarou em evento realizado na cidade de São Paulo, nesta terça-feira (26), que o Brasil não aceitará qualquer tipo de interferência judicial nas negociações com os Estados Unidos. Ele criticou as tarifas impostas pelo governo americano, afirmando que foram adotadas por razões “expressamente políticas” e com o intuito de influenciar o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados. Vieira enfatizou que este é um assunto interno, que deve ser tratado pelo Judiciário brasileiro.
Durante sua fala, o chanceler ressaltou a impropriedade da ação dos EUA, afirmando que não é razoável que o governo americano prejudique as relações bilaterais por questões políticas que envolvem interesses pessoais de um pequeno grupo no Brasil. Ele reafirmou a posição do governo brasileiro em resistir a essas pressões e insistir no respeito às instituições. O evento ocorreu na sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), onde Vieira se dirigiu a representantes do setor privado.
Além disso, Mauro Vieira anunciou a intenção do Brasil de iniciar uma discussão internacional sobre a “refundação” da Organização Mundial do Comércio (OMC), em resposta às tarifas americanas. O chanceler mencionou que o Brasil já estabeleceu canais de contato com diversos países para abordar preocupações sobre o sistema internacional de comércio. A OMC enfrenta desafios desde 2019, quando os Estados Unidos bloquearam nomeações para juízes, impedindo o funcionamento do mecanismo de solução de controvérsias da organização.