A Maternidade Nascer Cidadão, localizada em Goiânia, interrompeu todos os atendimentos médicos nesta quarta-feira, 20 de agosto, devido a um impasse financeiro com os anestesiologistas da Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas de Goiás (Coopanest-GO). A decisão foi formalizada pelo diretor técnico da maternidade, Harley Ricardo Rodrigues, que citou o Código de Ética Médica e a necessidade de resguardar a segurança das gestantes. O ofício comunicou a suspensão a várias autoridades, incluindo o Conselho Regional de Medicina de Goiás e o Ministério Público.
A Fundahc, responsável pela maternidade, afirmou que ainda atende casos de urgência e emergência, enquanto a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) enviou uma equipe para reorganizar os fluxos de atendimento. A paralisação ocorre em um contexto mais amplo de crise nas maternidades de Goiânia, com a prefeitura planejando encerrar convênios com a Fundahc e transferir a administração para organizações sociais. A Coopanest-GO explicou que a interrupção foi motivada pela falta de repasses que totalizam R$ 1.431.967,53 desde setembro de 2024.
A Universidade Federal de Goiás (UFG), vinculada à Fundahc, contestou as alegações da prefeitura sobre descumprimento contratual e destacou que as paralisações evidenciam a insuficiência de recursos devido à dívida acumulada pela SMS. A Fundahc garantiu que está controlando a situação e que os atendimentos devem ser retomados, mas sem um planejamento claro para um novo modelo de gestão, a insegurança entre profissionais e pacientes persiste. Especialistas alertam que essa suspensão compromete a segurança dos serviços e pode atrasar partos e procedimentos cirúrgicos essenciais.